Thelma Pires Gerônimo da Motta
Izabel Cristina de Souza Saturnino da Silva
Roselene de Jesus Motta da Silva

Anais do Seminário ISCI de Educação e Práticas Pedagógicas
Instituto Saber de Ciências Integradas
Realizado nos dias 17, 18, 24, e 25 abr./2021 e 1, 2, 8, 9, 15, 16, 22 e 23 de maio/2021

RESUMO

Sabe-se que o lúdico significa brincar, jogar, praticar atividades de dança, de lazer, de teatro, ou seja, é reconhecido como qualquer atividade que nos dá prazer, alegria e entretenimento, proporcionando o desenvolvimento das dimensões afetiva, cognitiva, criativa, motora e social. De acordo com Salomão e Martini (2007, p.4), o lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer “jogos” e “brincar”. Neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimentos, oportunizando a aprendizagem e desenvolvimento do indivíduo, sendo todos eles essenciais para a criança obter conhecimentos do mundo que a rodeia. Sendo assim este trabalho de pesquisa teve como objetivo destacar a importância do uso do lúdico nas creches para formação integral da criança, tomando como base, referências bibliográficas que tratam do assunto. Por meio do brincar a criança inventa, descobre, experimenta, adquire habilidades, desenvolve a criatividade, autoconfiança, autonomia, amplia o desenvolvimento da linguagem, pensamento e atenção. O lúdico proporciona além de situações prazerosas, o surgimento de comportamentos e assimilação de regras sociais. Dessa maneira, a criança com suas potencialidades e necessidades e o educador com seus conhecimentos profissionais poderão estabelecer relações de afeto e atenção que irão transformar a prática pedagógica em situações de aprendizagem significativa e prazerosa, colaborando assim para a formação integral da criança.

Palavras-chave: criança. Lúdico. Aprendizagem.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda a importância de momentos lúdicos na creche para o processo de formação integral da criança. O ser humano nasce e cresce com a necessidade de brincar, pois o brincar é uma das prestezas mais importante na vida dos indivíduos. Por meio desse ato, ela além de desenvolver seus potenciais, também trabalha com suas limitações, habilidades sociais, afetivas, cognitivas e físicas.

Sabe-se que o lúdico significa brincar, jogar, praticar atividades de dança, de lazer, de teatro, ou seja, é reconhecido como qualquer atividade que nos dá prazer, alegria e entretenimento, proporcionando o desenvolvimento das dimensões afetiva, cognitiva, criativa, motora e social.

De acordo com Salomão e Martini (2007, p.4), o lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer “jogos” e “brincar”. Neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimentos, oportunizando a aprendizagem e desenvolvimento do indivíduo, sendo todos eles essenciais para a criança obter conhecimentos do mundo que a rodeia. O brinquedo é um objeto facilitador do desenvolvimento das atividades lúdicas, podendo ser utilizado em diferentes contextos, tais como, no brincar espontâneo, no momento terapêutico e no pedagógico. Na brincadeira a criança simula, inventa, usa o faz de conta para entender a realidade que a cerca. É de fundamental importância que os professores que trabalham com crianças estejam bem conscientes e informados sobre a pedagogia do brincar e os processos de desenvolvimento da criança, para que assim proporcionem variedades e qualidades de brincadeiras, que estimulem a aprendizagem, facilitando o desenvolvimento durante a sua vida. De acordo com Jean Piaget, “A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança sendo por isso, indispensável à prática educativa.

Este trabalho de pesquisa teve como objetivo destacar a importância do uso do lúdico nas creches para formação integral da criança, tomando como base, referências bibliográficas que tratam do assunto.

No entanto destacaremos primeiro a significação da palavra “lúdico”; seguindo de seus benefícios na vida das crianças, e desta forma, finalizando a pesquisa, concluindo que a brincadeira é uma atividade espontânea da criança, ela aprende enquanto brinca e mais ainda, o brincar para a criança é tão séria quanto o trabalho para o adulto.

Lúdico: o que significa e o que desenvolve na criança?

Segundo Salomão e Martini (2007), o lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer “jogos” e “brincar” p. 4. Neste brincar estão incluídos os jogos, os brinquedos e divertimentos, oportunizando a aprendizagem e desenvolvimento do indivíduo, sendo todos eles essenciais para a criança obter conhecimentos do mundo que a rodeia.

A ludicidade é de extrema importância para o desenvolvimento mental da criança. E este acontece com auxílio dos jogos, brinquedos e brincadeiras, momentos estes que fazem parte da infância das crianças, onde a realidade e o faz de conta intercalam-se. O olhar sobre o lúdico não deve ser visto apenas como diversão, mas sim, de grande importância no processo de ensino-aprendizagem na fase da infância.

Por meio das brincadeiras, a criança fantasia, imita os adultos e adquiri experiências para a vida adulta. O crescimento infantil é acompanhado pelas brincadeiras, pelos jogos simbólicos que ela mesma inventa para construir conceitos e entender o mundo ao seu redor. Assim, o jogar e o brincar podem ser usados como ferramentas para o, ensinar e o aprender. Se o professor aliar o lúdico aos conteúdos que deseja ensinar, irá despertar na criança o gosto em aprender coisas novas e significativas para sua formação. Um dos principais atributos dos jogos, conforme DOHME (2003, p. 9) é que “… eles têm um fim em si mesmo, os jogadores entram no mundo lúdico e praticam diversas ações com vontade, às vezes, com extremo vigor, mas sabem que têm a garantia de voltar ao mundo real quando o jogo termina”. O jogo ou o brincar, levado “à sério” e sem imposição, transforma a aula chata, em momentos de prazer, que poderão gerar a aprendizagem significativa para o aluno. As diferentes práticas e teorias da Educação mostram que a criança aprende brincando. Ao jogar, ou ainda, ao brincar, a criança assimila o que percebe ao seu redor, e posteriormente, acomoda, para adaptar-se ao meio. FRIEDMANN (1996) esclarece a questão do brincar, do jogar e do lúdico mostrando que:


“…brincadeira refere-se à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada: jogo é compreendido como uma brincadeira que envolve regras: brinquedo é utilizado para designar o sentido de objeto de brincar: atividade lúdica abrange, de forma mais ampla, os conceitos anteriores (p. 12).

Na brincadeira, a criança experimenta inúmeras sensações que poderão ser usadas na sua vida cotidiana, além de desenvolver sua autoimagem e a do outro.

Na brincadeira de faz-de-conta, por meio das representações de papéis, a criança compreende como se dão as relações entre as pessoas, amplia sua percepção, transforma sua realidade e entende sobre as regras. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998),  


“Na linguagem faz-de-conta, as crianças enriquecem sua identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens” (p.23).

E o autor Feix (2000, p. 23) afirma que, “através do “faz-de-conta”, a criança pode liberar sonhos ou medos, partindo em busca de um lugar de pertinência familiar e social pela construção do seu próprio ego”.

Sabe-se que a brincadeira, mesmo possuindo regras, se define como uma atividade livre, espontânea e é voltada para si mesma. Cordazzo e Vieira reforçam a ideia de que “a brincadeira é definida como uma atividade livre, que não pode ser delimitada e que, ao gerar prazer, possui um fim em si mesma” (2007, p.3). Percebe-se que, por meio das brincadeiras, a criança pode obter uma visão de mundo mais ampla, pois a mesma estimula a descoberta e a criatividade, que, por sua vez, associada ao pensamento de busca, leva o indivíduo a se expressar, refletir e a transformar o mundo que a rodeia. O brinquedo é o objeto que a criança utiliza para que aconteça a brincadeira. Kishimato (1994) apud Cordazzo; Vieira (2007, p.3) “conceitua o brinquedo como o objeto suporte da brincadeira”. Mas os brinquedos só possuem significado quando são explorados e manipulados pela criança, assim ela vai, no mundo da fantasia, raciocinar, criar e dar novo significado a o mesmo. “Bom brinquedo é o que convida a criança a brincar, é o que desafia o seu pensamento, é o que mobiliza sua percepção, é o que proporciona experiências e descobertas (ALMEIDA, 2005, p.8).

Nesse aspecto os professores de creches devem oferecer à criança, brinquedos estimulantes e desafiadores, que possam despertar a percepção, a imaginação, a ação, ou seja, que possibilitem o desenvolvimento integral na criança e proporcionem também desafio e descobertas. Os mesmos devem ser adequados à faixa etária da criança. Almeida (2005) afirma ainda que,


O brinquedo deve ser adequado à criança, e também deve atender a etapa de desenvolvimento da mesma e suas necessidades emocionais, socioculturais, físicas e intelectuais (p.9).

A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um desenvolvimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento.

Segundo Almeida (2005, p.2), a brincadeira é um direito da criança. Tal afirmativa se apresenta em diversos documentos, e um deles é a declaração universal dos direitos da criança – ONU (20/11/1959), que declara: “A criança deve ter todas as possibilidades de integrar-se aos jogos e as atividades recreativas, que devem ser orientadas para os fins visados pela educação, sociedade e os poderes públicos devem esforçar-se por favorecer o gozo deste direito”. A Lei Federal nº 8069/90, afirma que toda criança tem o direito de brincar, mostra também que “Todas as crianças tem direito: à vida e à saúde, à liberdade, ao Respeito e à Dignidade, à convivência familiar e comunitária, à educação, à cultura e ao lazer, à proteção ao trabalho…” (2004). Percebe-se que os direitos da criança estão escritos em vários documentos de grandes entidades e um desses direitos é o brincar, mas infelizmente muitas vezes o poder público não coloca em prática essas preocupações quanto ao brincar, ou seja, não oferece estruturas e nem condições mínimas dentro das instituições de ensino para que todas as crianças possam escarnecer desse direito.  

O educar é hoje, um desafio para os profissionais da creche; pois sabe-se que o ato de educar apresenta algumas características que o define como um aspecto formativo, o aspecto da educação formal, que acontece em nível escola, onde a herança cultural é trabalhada de forma mais ordenada, numa perspectiva histórica e socialmente estabelecida. Já no aspecto informal, o educar sobrevém naturalmente nos ambientes em que a criança vive juntamente com os seus familiares.

Para que a criança se sinta amada e tenha desejo de aprender, o professor é a peça fundamental para conduzir e mediar o processo educativo. Hoje, o educador que estimula, que brinca e transmite alegria, desperta no aluno o gosto pelo aprender. A presença do educador na brincadeira é agregadora e estimulante. Brincando junto, o educador infantil mostra como se brinca, não só porque assim demonstra as regras, mas também porque sugere modos de resolução de problemas e atitudes alternativas em relação aos momentos de tensão. (FORTUNA, 2011, p.10), o professor enriquece suas aulas oferecendo variedades de brinquedos, jogos e brincadeiras, para que a criança possa explorar, criar, refletir e assim ir ampliando e aperfeiçoando seus conhecimentos. O profissional da creche, comprometido com a sua missão de ensinar deixa suas marcas no conviver, no fazer, no conhecer e no ser de uma criança, precisam oferecer às crianças várias situações para que elas possam desenvolver um aprendizado integral. Devendo, portanto, ter o cuidado de proporcionar variedades de situações lúdicas significativas, com o objetivo de estimular o crescimento cognitivo, social e pessoal na criança. Sendo assim, as instituições de ensino que valorizam as atividades lúdicas, ajudam a criança a formar um ótimo conceito do mundo, que a cerca, em que a afetividade é acolhida, a sociabilidade vivenciada, a criatividade estimulada e os seus direitos estimados.

CONCLUSÃO

No mundo infantil, o lúdico oferece de forma prazerosa uma série de aprimoramentos em diversos âmbitos dos desenvolvimentos, cognitivo, motor, social e afetivo. Por meio do brincar a criança inventa, descobre, experimenta, adquire habilidades, desenvolve a criatividade, autoconfiança, autonomia, amplia o desenvolvimento da linguagem, pensamento e atenção. O lúdico proporciona além de situações prazerosas, o surgimento de comportamentos e assimilação de regras sociais. Ajuda a desenvolver seu intelecto, tornando claras suas emoções, angústias, ansiedades, reconhecendo suas dificuldades, proporcionando assim soluções e promovendo uma evolução positiva na vida da criança. As brincadeiras, quando são realizadas com crianças, proporcionam criatividade, competência intelectual, força a estabilidade emocional, isto é, quando a criança possui oportunidade de brincar em diversas brincadeiras, torna-se um adulto capaz de desenvolver todo o seu potencial diferente da criança que não possui essa oportunidade, que, com certeza, futuramente poderá ser um adulto com dificuldade de criar e pensar.

A utilização de jogos e brincadeiras no meio educacional propicia as crianças o aprimoramento de diversos conhecimentos de forma lúdica. Aos educadores, é necessário um conhecimento mais elaborado acerca do tema, para poder intervir nas brincadeiras das crianças, auxiliando-as de maneira perspicaz, para que brinque com diversos tipos de brinquedos. Dessa maneira, a criança com suas potencialidades e necessidades e o educador com seus conhecimentos profissionais poderão estabelecer relações de afeto e atenção que irão transformar a prática pedagógica em situações de aprendizagem significativa e prazerosa, colaborando assim para a formação integral da criança.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.

DOHME, V. Jogando: o valor educacional dos jogos. São Paulo: Informal Editora, 2003.

FRIEDMANN, A. Brincar: crescer e aprender – o resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996.

MALUF, Angela Cristina Munhoz. Brincar: prazer e aprendizado. Petrópolis, Rj: Vozes, 2003.

ROSSINI, M. A. S. Aprender tem que ser gostoso. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Imprensa Oficial do Estado, Curitiba: Paraná, 2004.